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Você quer trabalhar com blogs e não tem nenhuma ideia de como ele pode ser usado? Confira o
http://bioblogcmb.blogspot.com/ , blog de Biologia criado por um grupo de alunos do 2º ano do CMB, turma de 2011 e divulgado nas redes sociais.
PROTAGONISMO
JUVENIL
Quando
ouvimos falar em protagonismo, de imediato estabelecemos mentalmente uma
associação com o inédito, com alguém que de alguma forma se destacou dos
demais. Essa concepção de protagonismo no sentido de inusitado tem, segundo
Gomes da Costa (2001), origem em suas
duas raízes gregas que compõem essa palavra, proto = primeiro, principal + agonistes
= competidor, lutador. Esse termo popularizou-se com as peças teatrais e,
sobretudo com a televisão, para designar o ator principal, o protagonista.
Nos
movimentos estudantis, esse termo ganhou uma conotação de manifestação cidadã,
de politização, de que ser jovem é sinônimo de protagonismo. Já na esfera
educacional esse termo ganhou destaque na década de 90, sendo citado em
inúmeros documentos oficiais que ressaltavam a importância para a aprendizagem
da participação ativa dos jovens para uma gestão democrática nas escolas
(FERRETI et al., 2004).
Na revisão bibliográfica sobre protagonismo, Ferretti et
al. (2004) concluem que não se pode tentar entender protagonismo
desvinculando-o de seu contexto e que nesse sentido os jovens nascidos no séc.
XXI não vivenciaram períodos de grandes mudanças, como os vividos pela
sociedade pós-moderna ou pós-industrial. Segundo ele, como não participaram
desse período marcado pelo rápido avanço científico e tecnológico que provocou
profundas mudanças sociais e culturais, principalmente nas relações do capital
e do trabalho, não percebem como os das gerações anteriores certas
contraposições. Devido a isso, aceitam
com naturalidade as mudanças que lhes são apresentadas. Contudo esses jovens
experenciam certas transformações a partir de vivências particulares e das
“novidades” (grifo nosso) proporcionadas pelo desenvolvimento da informática.
Percebemos que esses autores (FERRETTI et al., 2004),
apesar de não usarem o termo nativo digital, referem-se justamente a essa
geração, que segundo eles, vivem na “moderna cidadania” (p.413), para a qual
vários estudiosos apontam haver uma urgente e necessária preparação em valores
e atitudes cidadãs. Essa capacitação tem um apelo social voltado a uma postura
autônoma, exigida por essa sociedade pós-moderna, no sentido de preparar os
jovens aos desafios que encontrarão no mercado de trabalho e na vida cotidiana.
É nesse sentido que o protagonismo juvenil se
apresenta como resposta a essa necessidade social, apesar de não haver consenso
entre os estudiosos, que o relacionam a outras características. Para Ribas Jr.
(S.d.), trata-se da “capacidade de participar e influir no curso dos
acontecimentos, exercendo um papel decisivo e transformador no cenário da vida
social” (p.3) num entendimento de prática empreendedora capaz de dar conta dos
problemas sociais existentes.
Já para
Gomes da Costa (2001), o empreendedorismo juvenil é um método de trabalho
pedagógico no qual o professor é o responsável por capacitar os jovens por meio
da criação de espaços de saber que envolvam projetos, levando-os a atuarem como
agentes capazes de resolver problemas, seja na própria escola, seja na
sociedade. Tais projetos, na visão do autor citado, colaborariam para o
envolvimento ativo e pleno dos alunos, capaz de fazê-los aprofundar nos temas
abordados. As etapas de projeto defendidas por esse autor envolvem o despertar
e o fortalecimento da autonomia do educando, sendo elas:
a-
Apresentação da situação-problema;
b-
Proposta de alternativas ou vias de solução;
c-
Discurso das alternativas de solução apresentadas;
d-
Tomada de decisões.
Brener
(2004) reforça a necessidade de se desenvolver uma relação de parceria entre o
professor e os alunos a fim de garantir o desenvolvimento do protagonismo
juvenil. Essa cooperação proporcionaria ao educando perceber-se como agente de
iniciativa, liberdade e compromisso. O que significa dizer que os jovens devem
ser estimulados a tomarem iniciativa nos projetos a serem por eles
desenvolvidos, vivenciando possibilidade de escolas e de responsabilidade.
Para
Ferretti et al. (2004), pode-se entender o protagonismo juvenil como um
discurso cujo objetivo é motivar o adolescente a se sentir “útil” à sociedade
diante da atual descrença na política regida pelo estado.
Para nós o protagonismo juvenil é compreendido como
potencial a ser estimulado, que, se bem trabalhado, pode contribuir para a
formação pessoal e social do educando, no sentido de capacitá-lo a aprender a aprender, postura essa
fundamental ao enfrentamento dos desafios da sociedade científico-tecnológica,
na qual ele está inserido. A apropriação desse potencial juvenil é
proporcionada pelo protagonismo juvenil, que, segundo Gomes da Costa, é
a participação do adolescente em
atividade que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares
e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária;
igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo,
através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem
os limites de seu entorno sócio- comunitário.(1996, p.90).
Professor é aquele que ensina e aprende ensinando.
Segundo Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia:
"Ninguém
ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós
ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre."
Em tempos de Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICE), isso significa a necessária humildade em reconhecermos como educadores que podemos sim aprender com nossos alunos e que também podemos discutir com eles sobre o uso que fazem dessas ferramentas e como as mesmas podem ser utilizadas em prol de sua formação.
Para isso, devemos proporcionar um ambiente educacional que privilegie o diálogo franco. Nesse espaço não existe lugar para um professor centralizador do conhecimento e sim para aquele que se assume mediator e "inacabado" em pleno e contínuo processo de formação.
Como podemos dialogar nossos alunos sobre a necessidade de enfrentarem desafios, serem ponderados, aceitarem e conviverem com as diferenças se não vivenciamos nosso discurso?
Como já ouvimos dezenas de vezes: Falar é fácil, o difícil é fazer.
Talvez um dos caminhos para realmente estabelecermos uma relação de troca e confiança esteja nas palavras de um jovem senhor de 87 anos que certa vez me disse uma frase que considero uma das mais sábias que já ouvi:
-A gente educa no elogio.
E você elogia seu aluno?
PENSAR E ENSINAR O QUE NÃO SE SABE
A frase acima pode nos parecer
incoerente, sem fundamento e posso afirmar que já foi ponto nevrálgico em
acirrada discussão entre professores e alunos no mestrado em Ensino de Ciências da UnB.
Hoje ao revisar minha dissertação
lembrei-me desse momento e recorri ao google para ver se alguém já havia
escrito sobre isso e para minha surpresa deparei-me com um belíssimo texto de
Rubem Alves, o qual serviu de bálsamo para minhas inquietações. Sempre
acreditei que o dever de um professor deveria ir além das lições passadas ano
após ano, é fundamental dar asas aos alunos para que alcancem voos mais longos.
Em tempos de novas tecnologias ensinar os alunos algo que não se sabe é ensinar
e aprender com eles por meio de pesquisas e é esse um dos grandes desafios da educação
na era digital, instigar os alunos a pesquisarem, buscarem respostas para o que
não sabem e sobretudo a ousarem a pensar sobre o que não sabem.
"O sabido é o não pensado, que fica guardado, pronto para ser usado como receita, na memória deste computador que se chama cérebro. Basta apertar a tecla adequada para que a receita apareça no vídeo da consciência." Rubem Alves
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